“Leon Tolstoi menciona que os cristãos às vezes tratam uns aos outros de maneira pior que as pessoas de outras crenças.”(p.126)
“Quando penso nos indivíduos cristãos que conheço, vejo algumas pessoas que mudaram para melhor por causa de sua fé, mas também encontro alguns que pioraram bastante. Para cada cristão gracioso, animado e perdoador, posso apontar um que é orgulhoso, malvado e julgador. Em minha própria experiência, pude perceber que aqueles que mais se esforçam e crêem de maneira mais fervorosa geralmente são as pessoas menos atraentes. Como os fariseus do tempo de Jesus, Eles se envolvem numa competição e terminam mais hipócritas que justificados. Os políticos dizem que as cartas mais sórdidas que recebem vêm de pessoas que citam a Bíblia e clama para si a autoridade de estar falando em nome de Deus – o que eu realmente acredito, pois minha caixa de correios está repleta de cartas que seguem o mesmo padrão. Como é possível resolver a tensão entre os ideais do evangelho e a realidade daqueles que o professam?”
“Havia uma mulher perfeita na igreja em que nasci. Pelo menos era este o título que ela dava a si, insistindo que nunca havia pecado em 12 anos. Posso me lembrar do meu tempo de criança, muito ciente de todos os meus pecados, quando olhava para aquele maravilhoso estado de perfeição. Nunca duvidei de sua sinceridade, pois como uma pessoa perfeita poderia mentir? Durante os cultos, às vezes ficava olhando para ela, tentando descobrir seu segredo. Agora, porém, olho para trás com pena daquela mulher. O apóstolo João não poderia ser mais direto: “Se dissermos que não temos pecado.....”(I João 1:8). Apesar de aquela mulher ter conseguido evitar os pecados abertos e óbvios, duvido que ela tenha obedecido ao pé da letra aquilo que Jesus chamou de primeiro e maior mandamento: Amar a Deus com todo o seu coração, alma e entendimento. Sua atitude presunçosa e superior denunciava que ela provavelmente já havia sido vítima do pecado do orgulho.”(p.127)
“Aquele que professava tamanho amor pela humanidade tinha dificuldades para amar qualquer indivíduo em particular, até mesmo os membros de sua Própria família.”(p.134)
“Em tempos modernos, pode ser muito fácil confundir o evangelho com o “sonho americano” de contentamento, prosperidade e uma existência livre de problemas. Tolstoi viu que Jesus nos chama para algo além de uma bela casa com vizinhos simpáticos.”(p.135)
“Ataque-me – eu mesmo faço isso -, mas ataque a mim, em vez de culpar o caminho que sigo e que indico a todos aqueles que me perguntam onde acho que ele esteja. Se conheço o caminho de casa e ando por ele embriagado, o caminho não deixa de ser certo simplesmente por que ando por ele cambaleante! Se não é o caminho correto, então mostre-me um outro; mas se cambaleio e perco o caminho, você deve me ajudar, deve me manter na senda da verdade, assim como eu mesmo estou disposto a ajudá-lo. Não me leve por caminhos errados, não fique feliz por eu me perder, não se rejubile dizendo: “Olhe para ele! Disse que estava indo pra casa, mas está se arrastando para um pântano!”Não, não se regozije, mas dê-me seu apoio e sua ajuda.”(Tolstoi)
“Uma idéia não pode ser considerada responsável por aqueles que dizem acreditar nela.”(p.138)
“Conceitos como graça e perdão, que constituem o coração do evangelho, tinham pouco espaço em muitos livros de teologia. Comecei a entender porque Jesus gostava tanto de parábolas. O filho pródigo nos conta quase tudo que precisamos saber sobre redenção; o bom samaritano, o que precisamos conhecer sobre ética. Jesus contrastou um fariseu – que estava muito bem sintonizado com a teologia – com um pecador que só podia clamar por ajuda; e era o clamor do pecador, naturalmente, que Deus ouvia.”(p.140)
“Este credo é muito simples e aqui está: acreditar que nada é mais belo, profundo, simpático, razoável, varonil e mais perfeito que Cristo (...) Além do mais, se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, preferiria estar com Cristo a permanecer com a verdade.”(Dostoievski)
“Em um mundo regido pela Lei, a graça se levanta como um sinal de contradição. Queremos justiça; o evangelho nos dá um home inocente pregado numa cruz, que clama: “Pai, perdoa-lhes”. Queremos respeitabilidade; o evangelho exalta coletores de impostos, pródigos e samaritanos. Queremos sucesso; o evangelho inverte os termos, movendo o pobre e o oprimido para o centro das atenções e os ricos e famosos para os bastidores.”(p.146)
“O evangelho da graça permeia o mundo não primariamente por intermédio de palavras e argumentos racionais, mas através de atos, através do amor.”(p.148)
“Aprendi que seguir a Jesus não significa resolver todos os problemas humanos – o próprio Cristo não tentou fazer isto -, mas, ao contrário, reagir como ele mesmo fez, contra toda a razão para dispensar graça e amor àqueles que menos mereciam.”(p.149)
“É nosso próprio desejo, nosso fracasso, nosso senso de imperfeição que faz que nos entreguemos à misericórdia de Deus. Nossa imperfeição nesta vida clama por uma realização mais completa deste ideal.”(p.151)
Ideais absolutos e graça absoluta.
Jesus nunca rebaixou os ideais de Deus.
“Deus nos ama não por aquilo que somos ou que fizemos, mas por aquilo que Deus é. A graça flui para todos aqueles que a aceitam. Jesus perdoou uma adultera, um ladrão na cruz, um discípulo que o negou, mesmo conhecendo-o. A graça é absoluta e abrange todas as coisas.”(p.152)
“Ele as proclamou (as palavras do Sermão do Monte) para nos comunicar o ideal de Deus pelo qual nunca devemos deixar de lutar, e também para nos mostrar que nenhum de nós vai alcançá-los algum dia. O Sermão da Montanha nos força a reconhecer a grande distância entre Deus e nós, e qualquer tentativa de reduzir essa distância através da diminuição de suas exigências é em vão. Estamos desesperados, e este é, na verdade, o único estado apropriado a um ser humano que deseja conhecer a Deus.”
Para saber mais sobre este autores, leia:
Guerra e paz
Ana Karenina
A morte de Ivan Ilyich
Mestre e homem
A sonata de Kreutzer
Amor e ódio de William L. Shirer
O leão e o favo de mel
Os irmãos Karamazov
O idiota
Crime e castigo
Os possessos
A casa dos mortos
Notas do subsolo
O evangelho de Dostoievski
Ansiedade
Há um mês
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