sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bullying - Parte II

Continuando a conversa........


"Geralmente o leigo confunde perversão com psicose ou loucura. “A perversão não é uma simples aberração da conjunção sexual em relação aos critérios sociais estabelecidos” (Chemama, 162). “A perversidade não provém de uma perturbação psiquiátrica [tal como os loucos] e sim de uma fria racionalidade, combinada a uma incapacidade de considerar os outros como seres humanos” (Vignoles, 1991: 13). A estrutura psíquica perversa age na contramão das regras da convivência humana e da lei da cultura. Os perversos tendem a cometer atos delituosos, e também usam de palavras e ardis para ferir ou destruir pessoas ou um sistema moral (a exemplo do discurso sadeano), porém, há controvérsias se o perverso seria um maldoso que age ‘mal’ sem querer, ou seja, se a perversidade é uma disposição involuntária para o mal, ou se o perverso [estrutural] se distingue do maldoso [circunstancial] surgido como sintoma da sociedade contraditória. De qualquer forma, uma autora como a psiquiatra Hirigoyen (2000) observa que o perverso tem consciência que faz maldade para com uma vítima escolhida para tal finalidade. Portanto, o modo de ser-agir perverso é diferente do modo de ser-agir psicótico (louco), que alucina, delira, como se vivesse noutro mundo. Freud em 1914 [em Introdução ao Narcisismo] refere-se à psicose quando o sujeito recusa ou rejeita uma determinada realidade, ou quando o sujeito por alguma razão se desliga do mundo exterior. O perverso, pelo contrário, está plenamente ligado ao mundo exterior para atuar nele, impor seu desejo narcísico e lucrar com ele. Em nossa época, os estudos sobre a perversidade viraram um capítulo especial chamado de “assédio moral” por Hirigoyen (op.cit.), só que o bullying acontece entre iguais, por exemplo, colegas de estudo ou de trabalho, enquanto que o assédio moral é uma ocorrência entre desiguais, isto é, quando alguém em posição de poder (patrão, chefe, professor, médico, psicoterapeuta, colega de trabalho, etc.) usa de palavras e/ou ações ambíguas (pouco claras de sentido, sutis) que não são imediatamente percebidas como sendo agressivas ou destrutivas, porque outras mensagens , emitidas simultaneamente com elas se confundem e, por isso mesmo, terminam por atingir o moral, a auto-estima e a segurança de outrem. A vítima indefesa, introjeta em seu psiquismo tal "veneno", causando-lhe efeitos que vão desde a dúvida sobre sua competência ao sentimento corrosivo da magoa consigo próprio, podendo inclusive disparar uma depressão ou fobia, já latentes. Há casos comprovados de suicídios provocados por assédio moral. A maldade proveniente do assédio moral geralmente é praticada por perversos narcisistas. “A maldade é um tipo de relação perversa a outrem, e a perversidade, uma disposição ‘maligna’ da qual é difícil afastar a priori o espírito de maldade” (Vignoles, 1991: 11).
O Bullying direto é a forma comum entre os agressores do sexo masculino.

A agressão social ou Bullying social é a forma mais comum em agressões do
sexo feminino e em crianças pequenas. É caracterizada por força a vitima ao
isolamento social, que é obtido através de uma vasta variedade de técnicas
entre elas estão:

*espalhar comentários

*recusa em se socializar com a vitima

*Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vitima.

*criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vitima, religião, incapacidade, etc.).

Nos locais de trabalho: O Bullying em locais de trabalho ou “Bullying adulto” é descrito pelo congresso sindical do Reino Unido como: “Um problema sério que muito freqüentemente as pessoas passam que seja apenas um problema ocasional entre indivíduos. Mas o Bullying não é apenas um problema ocasional de raiva ou briga, mas sim é uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vitima.

Entre os efeitos do Bullying sobre as vitimas , podemos citar: depressão, ansiedade, estresse, dores não-especificadas, perda de auto-estima, problemas de relacionamento, abuso de drogas e álcool, entre outros problemas."
 
Partes tiradas do site: http://www.scribd.com/doc/7430695/Bullying-

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