sábado, 12 de dezembro de 2009

Coisas da vida!

Dia 10, tivemos consulta do Jhonny e aproveitamos a estadia em Salvador para visitarmos uma pessoa querida no hospital. Ao chegarmos lá, encontramos a mesma piadista de sempre, mas uma pouco "baqueada" pelas dores da coluna. Como ela é o tipo de pessoa que nunca pára, que adora estar correndo de um lado pra o outro e nunca deixa pra amanhã o que tem pra resolver hoje, estava inquieta por ter que ficar no leito.
Achei graça ao vê-la contar que sentiu uma dor que nem conseguia andar direito, foi ao hospital e tomou um remédio. Quando ficou boa, correu pra rua pra terminar de fazer as coisas que precisava resolver. Mas, precisou voltar ao hospital e desta vez não conseguiu mais sair de lá. Foi internada e está lá até hoje. O tempo toda da visita ela dizia: quero só um remédio pra parar de setir dor e poder resolver as coisas que preciso resolver pra poder ir embora. Achei curioso que ela nem quisesse muito saber o motivo das dores. Isso não parecia tão importante pra ela no momento quanto poder sair e agir a vida.
Depois da visita, fiquei pensando..... como sempre...rsrsrsr
Quantas pessoas não lidam com problemas e feridas de alma da mesma forma que ela lidou com seu problema na coluna?
Sentem as dores na alma, mas ainda não conseguiram identificar o problema exato que ocasiona todas estas dores. Tem duas saídas: tomar uma providência e buscar a fundo a raiz do problema ou viver dependentes de "analgésicos" espirituais e emocionais.
Eu conheço um grande numero de pessoas que têm muito medo de encarar o desconhecido e saber o motivo real do seu problema ou que sabem o real problema, mas se sentem paralisados de medo ao saber o que precisam enfrentar pra resolvê-los. Estas pessoas (não por maldade, mas por medo) tomam medidas paleativas aqui, sublimam ali, projetam nos outros seus problemas acolá e assim vão "levando a vida" como podem. Tentando ser livres das dores ocasionadas por problemas mal resolvidos ou não resolvidos.
Eu fico a me perguntar: não é melhor encarar tudo pra resolver o problema (ainda que isso implique em se arrebetar, se humilhar, descobrir coisas desagradáveis a respeito de si, se olhar no espeho com sinceridade, sofrer, chorar, etc), mas ficar livre pra sempre do mal que nos aflige? Melhor do que viver a vida pela metade, tentando enganar a si mesmo e aos outros de que se é feliz e resolvido, sabendo que o travesseiro não nos deixa mentir e as dores continuam lá a latejar.
Desde pequena, sou daquelas que se tem um machucado inflamado, toma fôlego, arranca a casca, passa alguma remédio bem forte que vai arder como fogo, mas que trará consigo a cura (antes que alguém o faça por mim)!!! rsrsrsr
É verdade que costumo sofrer mais que os outros, mas minhas dores são legítimas e minhas alegrias tb. Ambos os sentimentos são sempre estonteante, pois são completos, intensos.
Não vou dizer aqui o que é certo ou errado, pois não me encontro nesta posição para julgar. Acredito que tudo é uma questão de escolha! Eu optei por resolver o que tenho pra resolver, ainda que me doa.
Agora, cada qual que escolha seu jeito de viver, né?
Beijocassssssss

Um comentário:

Jussara Barbosa disse...

Fê, é preciso arrancar a casca do machucado, sentir a dor, mas refletir e mudar, a dor só pela dor não faz sentido, não causa anseio e atitudes de mudanças nè? Conheço pessoas que anseiam honestamente por mudanças, mas sofrem tanto, tanto, escravizam até mesmo seus corpos ( pois começam a aparecer vários problemas físicos) mas não mudam, não acham a saída, repetem com sofrimento os mesmos atos, mas repetem...e não é por que não querem mudança, mas pq estão em um círculo vicioso que as impedem de enxergar a saída !
Adorei a postagem!
Beijos no coração!