quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desilusões? Pra quê?

Recentemente, fui surpreendida em uma conversa com uma pessoa próxima que me dizia pra não colocar sobre ela expectativas. Aí, lembrei de um texto do Reverendo Dercinei (que transcreverei abaixo). E, descobri que, meu problema foi um dia esperar águas boas brotarem de fontes amargas. Isso acontece todo dia, comigo ou com você, né?! Me peguei pensando, depois da conversa, o quanto é triste a gente esperar coisas boas e virem coisas ruins. Pior ainda quando esperamos coisas ruins e a pessoa consegue nos surpreender com coisas ainda piores.
Mas, por outro lado, é muito bom quando a gente espera coisa ruins de alguém ou mesmo não espera nada e somos surpreendidos com respostas lindas a amáveis!!!
Por isso, decidi seguir conselhos e não criar expectativas.
Eis aí o texto:


EU ME DESILUDI!
“Eu me desiludi!”. Esta declaração, invariavelmente entonada de maneira cansada, é a preferida daqueles que
perderam a esperança, a primeira que agoniza, a última que morre. Aliás, esperança não, esperanças. Eu, entretanto,
não me desiludo! Sabem por quê? Por que não me iludo! Permitam-me explicar o porquê.
Não (me) superestimo, nem (me) subestimo. Não confundo possibilidade com probabilidade, nem limite com
limitação e, muito menos, qualidades e defeitos com características. E não construo expectativas irreais.
Não confundo o livre-arbítrio do homem e a vontade de Deus, com a vontade do homem e o livre-arbítrio de
Deus. Não confundo uma queimação estomacal com o fogo do Espírito. E nem os espíritos de porco com os
espíritos nos porcos (Mat 8.31; Mar 5.12; Luc 8.32).
Acredito no acaso e em coincidências. Creio no incrível. Acredito também na teoria do caos e na excepcionalidade
do comum. Não acredito que um mundo mais humano seja um mundo melhor. Creio em Deus: amo o
Pai (Luc 10.27), aprendo com o Cristo (Mat 23.8; Luc 6.40; João 1.49; 13.13-14) e sou guiado pelo Espírito (Rom
8.14).
Não sou irresponsavelmente pessimista como Murphy: “Se existe uma remota chance de alguma coisa dar errado,
ela dará”. Nem sempre o pão com manteiga cai com a parte amanteigada para baixo.
Também não sou idiotamente otimista como Pangloss (seria Leibniz?), personagem de Voltaire no livro “Cândido,
ou o Otimismo”, que ensina Cândido a ser irracionalmente otimista.
Tenho medos; mas nenhum deles me tem. Tenho medo, por exemplo, de burros motivados, de chatos de galochas
e de distímicos. E tenho mais medo ainda de me tornar um deles.
A vida é um mar de rosas. Cheia do olor, da beleza, da textura, do gosto e, quem sabe, até – discordando de
Cartola – da voz das rosas. Entretanto a vida também tem espinhos. Não me considero especial, outras pessoas
também têm problemas. A vida é boa, o ser humano é que não presta. E mesmo que a vida fosse uma causa
perdida, ainda sim seria preferível à alternativa.
Sei que pecar é melodioso, bonito, cheiroso, gostoso e prazeroso, caso contrário, nunca pecaria. No entanto,
o pecado é anti-musical, é uma caricatura do cão chupando manga, tem um bodum insuportável, causa náuseas
desentranháveis e dói, dói, dói. Por isso, não peco habitualmente.
Sei que toda satisfação deve ser provisória, pois não há alegria crescente sem que haja insatisfação permanente.
Motivação, coragem, objetivos. Meio e oportunidades. Trabalho. Feliz sempre, satisfeito nunca.
Não perco meu tempo na quixoteana tarefa de combater moinhos de vento. Sei que meu último dia fácil foi
ontem. Nem sempre Deus vai abrir o mar para mim (Êxo 14.1-31). Nem sempre Deus me fará andar sobre as
águas (Mat 14.22-33). Mas sempre poderei atravessar a nado.
Sou um homem antiquado. Considero caminhar melhor que chegar. Construir me dá mais prazer que inaugurar.
A derrota é solidariamente amarga, e a vitória é solitariamente monótona. Prefiro lutar. Quero chegar ao
fim (tanto como final quanto como finalidade) e dizer: Combati bons combates (I Ti 4.7a).
Sei que “nada há mais feio que dar pernas longuíssimas a idéias brevíssimas” (Machado de Assis), mas não
posso terminar sem dividir com vocês uma última palavra, não um conselho, mas a moral da história: “Eis o
segredo da vida: inspire, expire e no mais improvise” (Veríssimo). E que Deus nos ajude.


(autor: Reverendo Dercinei Figueredo Pinto)


AHHHHH!!!! Hoje é o niver da minha mana Roberta Viviane, ou só Vivi, ou só Betinha! Tb é niver da Pastora Tenessa!!! Que Deus continue a abençoar vocês e a conduzi-las por um caminho sobremodo excelente!!!!

2 comentários:

Roberta disse...

Que texto bonito!

Beijos com MUITA SAUDADE!

Amo você

Lene disse...

Gostei muito do texto!:)
me fez refletir.
bjoo